domingo, 7 de março de 2010

"Educação" - 2010

Jenny Carey (Carey Mulligan) é uma adolescente como tantas outras na Londres do começo dos anos 60. Aliás, é igual a tantas outras adolescentes em todas as epocas (por mais que as coisas hoje tenham mudado tanto.) Jenny sonha com um mundo completamente diferente do seu, completamente diferente do que seus pais programam para o seu futuro. Enquanto seu futuro reside na universidade de Oxford, a menina quer mais é curtir e aproveitar a vida.
Mantida a redeas curtas em casa e na escola tradicionalissima onde estuda, cabe a Jenny escutar música francesa escondida no seu quarto ou tentar começar um namoro com um rapaz que toca na sua aula de música. Eis que um belo dia surge no caminho da menina sonhadora, um homem capaz de prover seus sonhos. Ele é capaz de dar todos os prazeres desejados e mostrar uma vida de diversão fora das paredes fechadas a que está habituada.
É nesse rumo que se desenvolve a primeira parte de “Educação”, elogiado filme britânico que desembarca aqui no país. A diretora Lone Scherfig trabalha seus atores em cima de um roteiro adaptado pelo escritor Nick Hornby em sua estreia no cinema. Nessa estreia, Nick Hornby passeia entre bons e maus momentos. Apesar de conduzir de modo divertido a trama com suas tiradas habituais, acaba por pecar em mirar um final obvio e chato demais.
“Educação” não chega a ser um filme ruim, na verdade passa até longe disso, mas erra a mão em dosar além da conta necessária suas pretensas lições e ensinanentos. A direção de Lone Scherfig é precisa, a trilha sonora é bacana e o trabalho dos atores é competente, principalmente de Carey Mulligan no papel principal, de seus pais (Alfred Molina e Cara Seymour) e do homem que “desvirginava mocinhas inocentes”, vivido por Peter Sarsgaard.
A melhor definição para “Educação” seria morno. Está distante de ser quente a ponto de pertubar o espectador com reviravoltas na trama, mas também não é frio e isento de emoções. Chega a divertir em algumas passagens, mas não passa disso. A obviedade acaba sendo um complicador poderoso e trava o filme na sua segunda metade. Tudo é muito preto e branco, quando sabemos que na verdade não é bem assim. Indicado para dias mais ou menos.

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