terça-feira, 9 de março de 2010

"Beat The Devil's Tattoo" - Black Rebel Motorcycle Club - 2010

“Você tem abandonado todo o amor que você tomou(...)seu corpo está doendo, cada osso se quebrando(...)não há paz aqui” canta o Black Rebel Motorcycle Club em “Beat The Devil's Tattoo”, primeira música do sexto disco de estúdio que carrega o mesmo nome da faixa. O grupo norte americano que tem um dos nomes mais bacanas do rock atual chega ao seu novo trabalho espantando fantasmas recentes e se reerguendo mesmo quando não há paz.
Depois de vários problemas internos com o baterista Nick Jago, Peter Hayes e Robert Levon Been, a dupla por trás do B.R.M.C, resolveu dar um basta em tudo. Mandaram o cara passear e no seu lugar entrou Leah Shapiro (“ex”- Raveonettes?). Além disso, a banda vem de um disco experimental não muito bem recebido em 2008 (“The Effects Of 333”) e estréia a parceria de um selo próprio, o Abstract Dragon, com a gravadora Vagrant Records.
“Beat The Devil's Tattoo” é um discão. O grupo conseguiu unir o folk blues do fantástico “Howl” de 2005 com o rock garageiro de “Take Them On, On Your Own” de 2003 e do “Baby 81” de 2007. Isso sem deixar de lado a velha influência do shoegaze e do rock britânico do final dos anos 80, principalmente do The Jesus And Mary Chain. E dessa forma aparecem revitalizados e esbanjando vontade. Nada no seu novo disco soa mecânico.
Mantendo a tradição de sempre abrir bem seus álbuns, o grupo repete a história com a já citada faixa titulo e a porrada de “Conscience Killer”. Para imprimir respeito na entrada. Depois caminha por momentos que lembram o folk blueseiro de “Howl” em “Sweet Felling” e “The Toll”, retomam a sujeira e a podridão das guitarras em “Mama Taught Me Better” e evocam as influências britânicas em “Evol”, “Shadow's Keeper” e “Half-State”.
Em músicas como “River Styx” o B.R.M.C dá uma aula de rock, com uma levada meio blues puxada pelo baixo distorcido. Em outras como “Aya”, grita por salvação em cima das camadas de guitarras. “Beat The Devil's Tattoo” mostra uma banda consciente e capaz do que pode produzir. Não é rock para as massas ou para tocar na Malhação. É rock para escutar em volume alto, deixando a mente aberta para se envolver completamente na viagem.
Sobre o “Baby 81”, passe aqui.
Site Oficial: http://www.blackrebelmotorcycleclub.com My Space: http://www.myspace.com/blackrebelmotorcycleclub

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