segunda-feira, 17 de agosto de 2009

"Brüno" - 2009

“Borat - O Segundo Melhor Repórter do Glorioso País Cazaquistão Viaja À América” foi uma grata surpresa que chegou aos cinemas em 2006 e 2007. Nele, o humorista britânico Sacha Baron Cohen, criava um personagem que destruía ilusões sobre o modo de vida americano e mostrava um lado bem sujo dos moradores da maior potência mundial dos nossos tempos. O filme rendeu indicações para o Oscar e o Globo de Ouro.
Para o seu novo trabalho, Cohen retirou do seu cardápio de personagens o afetado Brüno, um repórter de moda da Áustria, homossexual e sem a mínima noção das coisas. “Brüno” que chegou aos cinemas do país na última semana, explora novamente o modelo de um falso documentário e assim como em “Borat”, traz cenas inusitadas e tenta confrontar as pessoas para revelar sua outra face, dessa vez com o foco no mundo das celebridades.
O personagem principal comanda um programa de moda na Áustria e se vangloria por ser “um dos mais vistos em todos os países de língua germânica, menos na Alemanha”. Quando em um desfile em Milão causa a maior confusão e avacalha tudo, Brüno é despedido e resolve então partir para os Estados Unidos para se tornar, segundo ele próprio: “o maior superstar austríaco desde Adolf Hitler”.
Em seu novo filme, Sacha Baron Cohen objetiva primeiramente criticar o mundo das celebridades e as pessoas que fazem tudo para conseguir um pouco de fama. Sua veia humorística permanece afiada, como quando entrevistando uma modelo afirma que o seu ofício realmente é muito difícil, com frases carregadas de ironia. No entanto, no andamento do filme acaba por fazer apenas uma cópia menor de “Borat”, ambientada em outro mundo.
Apesar de momentos realmente engraçados como Paula Abdul falando de trabalho humanitário sentada em cima de mexicanos, uma detonada bem feita em Mel Gibson, a luta no final do filme em que mostra todo seu lado “hetero” e o final com o momento “We Are The World” com a sua “Dove Of Peace” sendo cantada, Sacha Baron Cohen acaba por se repetir e perder a mão e o limite em algumas passagens, como na relação de Brüno e seu namorado Diesel.
“Brüno” renderá boas risadas a quem for ao cinema assisti-lo e pelo caminho assustará alguns que sem conhecimento se arriscarão para a sessão, agradando mais ainda quem já conhece “Borat”. A sensação de “já vi isso antes” fica presente durante os quase 90 minutos de duração do filme. Passável. Fica a esperança de que Sacha Baron Cohen consiga reinventar o seu estilo, pois humor ácido, negro e irônico ele esbanja em doses fartas.

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