sexta-feira, 27 de março de 2009

"Milk - A Voz da Igualdade" - 2009

Diante de toda a pompa e inegável poder dos USA, sempre residiu uma imensa moralidade que no decorrer dos anos se vestiu de preconceito nas mais diversas faces, seja ela contra os negros, gays, estrangeiros, etc. Essa pretensa (ou falsa) moralidade criou no passar da história diversos "heróis" que optaram em brigar com o sistema e promover mudanças, pessoas como Harvey Bernard Milk, nascido em 22 de maio de 1930.
Harvey Milk foi um dos primeiros homossexuais declarados a ganhar uma eleição e assumir um cargo público nos USA. Seu assassinato por um adversário político o transformou em um mártir do ativismo gay nos anos 70/80, sendo que o seu legado é constantemente lembrado até os dias de hoje. Mesmo sendo de Nova York, Milk construiu a sua história em São Francisco, de onde travou sua guerra particular.
Muito já havia sido contado sobre o personagem em documentários ou livros, por isso mesmo o roteiro do jovem Dustin Lance Black (ganhador do Oscar desse ano) merece aplausos. Apesar da narrativa ser simples e em alguns momentos até óbvia, a construção do universo de São Francisco nos anos 70, com suas pessoas, músicas e lugares, assim como do momento histórico em que os americanos estavam vivendo é bastante satisfatória.
O diretor Gus Van Sant, que já produziu obras do calibre de “Drugstore Cowboy” de 1989 e “Gênio Indomável” de 1997, adiciona mais um momento inspirado a sua carreira. Com um elenco forte nas mãos, composto no seu núcleo central por Emile Hirsch, Josh Brolin, Diego Luna e James Franco, além de mais uma vez um brilhante Sean Penn no papel principal, em uma atuação que lhe rendeu o Oscar do ano.
“Milk - A Voz da Igualdade” é o tipo do filme que consegue ter mais valor como critica social e política do que propriamente como cinema, por mais que este em nenhum momento seja ruim, apenas bastante convencional em sua narrativa. Sem mascarar (apesar de atenuar) temas que cavalgam contra o personagem principal como as drogas e o sexo praticado na sua roda de convivência, Gus Van Sant é responsável por um trabalho bacana, que honra a importância de Harvey Milk na história.

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