quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Férias!! :)

Salve, salve minha gente amiga...
O Coisapop entra de férias a partir de hoje.
Voltamos com força total a partir de 1º de Março.
Um abraço a todos que passam por aqui e até a volta.
Paz Sempre!!

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

"Years Of Refusal" - Morrisey - 2009

Envelhecer com dignidade dentro da música pop não é tarefa das mais fáceis. Poucos artistas conseguem continuar relevantes e produzir bons discos ano após ano. O inglês Stephen Patrick Morrisey é um destes poucos. Ao sair dos Smiths, a carreira solo era uma incógnita, mas ele conseguiu conduzi-la de modo brilhante. Quando passou sete anos sem gravar nada inédito, ressurgiu com o ótimo “You Are The Quarry” em 2004, para surpresa de muitos.
Em 2009, o bardo inglês lança mais um grande disco. “Years Of Refusal” chega com uma capa polêmica, produção básica e a missão de elevar o nível depois do apenas mediano “Ringleader Of The Tormentors” de 2006. Novamente a produção ficou com Jerry Finn (que faleceu pouco depois da conclusão do trabalho) e as canções são em boa parte parcerias com o velho companheiro Boz Boorer, comparsa dos anos de carreira solo.
Morrisey é daqueles artistas que basta começar a cantar para já termos idéia da sonoridade que se aproxima. Suas canções versam sobre amores perdidos, solidão, paixões e desespero, sempre com um olhar cínico e mordaz. Ora temos um rockão com as guitarras falando mais alto, ora temos uma balada para cortar os pulsos, tudo sempre envolto com extrema qualidade e um imenso poder de conquista para com o ouvinte.
Em “Years Of Refusal”, o velho e bom Morrisey se faz presente já na abertura, com o pequeno petardo “Something Is Squeezing My Skull” e os versos “algo está apertando meu crânio/algo que mal posso descrever/não há amor na vida moderna”. Em “All You Need Is Me”, decreta “você não gosta de mim, mas você me ama (...) e então você apresenta sua melhor piada/e me pergunta o que serei/quando eu crescer e me tornar um homem/Hum... nada”.
Apesar de outras excelentes faixas como “Black Cloud”, “That's How People Grow Up” e “I'm OK By Myself”, o melhor momento fica por conta de “I'm Throwing My Arms Around Paris”, poesia em extrato bruto, sente só: “na falta do seu amor/e na falta do toque humano/eu decidi/eu estou pondo meus braços ao redor de Paris/porque só pedra e aço aceitam meu amor”. Já nasce clássica.
Prestes a completar 50 anos em 22 de maio desse ano, Morrisey continua encantando e inserindo nas mentes dos fãs, pequenas obras de arte em forma de canções. “Years Of Refusal” entra fácil, fácil entre os melhores lançamentos do ano até agora. Com mérito.
Site Oficial:
http://www.itsmorrisseysworld.com

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

"O Lutador" - 2009

Nos EUA existe uma modalidade de luta conhecida como “wrestling”, que traz dois ou mais lutadores fantasiados no ringue realizando coreografias com forte teor de violência. Esse tipo de luta, com seus movimentos coreografados e golpes com nomes específicos, é conhecido mundo afora como “luta livre” e já teve seu momento de glória nos anos 80, mas ainda sobrevive com um número razoável de fãs.
É dentro desse universo que “O Lutador”, o novo filme do diretor Darren Aronofsky está inserido. Nele, somos apresentados a Randy “O Carneiro” Robinson (interpretado de maneira brilhante e avassaladora por Mickey Rourke), que já teve seus momentos de glórias, com direito a destaque em jornais e revistas, lotação do Madison Square Garden em suas lutas, além de bonecos e jogos de videogame inspirados em si.
Só que esses tempos passaram e Randy “O Carneiro” precisa ter um trabalho, digamos assim, normal, enquanto aos fins de semana continua participando de lutas em lugares não muito dignos, sonhando com os tempos de outrora. No seu meio Randy é um ídolo completo, admirado por crianças, jovens, idosos, além de todos os lutadores do circuito. Ele realmente ama o que faz e sempre sai ajudando a todos que pode da sua maneira.
Quando em uma luta com estilo “freak show”, Randy sofre um infarto que quase lhe tira a vida, tem que decidir se quiser continuar com ela, por abandonar as lutas. Nesse ponto toda a vida de um homem repleto de erros vem a tona e lhe obriga a encarar as coisas de uma outra maneira. Agora, como fazer isso sem a mínima habilidade para tanto? Como transformar uma vida que nunca conheceu outro caminho?
Para começar esse novo caminho, arrisca-se atrás de Cassidy (Marisa Tomei, incrivelmente bem), uma stripper decadente por qual sempre nutriu paixão e Stephanie (Evan Rachel Wood), a filha que abandonou anos atrás. A trilha sonora traz hard rock dos anos 80 como Guns N’ Roses e Scorpions, proporcionando um dos grandes diálogos do filme entre Randy e Cassidy, quando ao som de “Round And Round” do Ratt os anos 90 e Kurt Cobain são amaldiçoados.
Em “O Lutador”, Darren Aronofsky retoma a crueza de filmes seus como “Réquiem Para Um Sonho” e “Pi”, contando com uma atuação soberba de Mickey Rourke (que em certos momentos confunde sua própria história com a do personagem) e cenas memoráveis como o discurso final do filme. “O Lutador” é um filme sobre redenção acima de tudo, mas versa subliminarmente sobre o passar da vida, promovendo um resultado arrebatador.

sábado, 14 de fevereiro de 2009

"What I Know" - Tom Rush - 2009

Os anos 60 foram prolíficos em ótimos artistas de folk. Artistas que tanto traziam o estilo sem maiores alterações, como misturavam com o country, o blues e outros ritmos. Grandes nomes como Bob Dylan, Leonard Cohen, Joni Mitchell, Neil Young e Van Morrison coexistiram com outros menos conhecidos mas não menos importantes como Fred Neil, Bert Jansch, Tim Hardin e Tom Rush, só para ficar em alguns exemplos.
O americano Tom Rush, nascido em fevereiro de 1941 em Portsmouth, New Hampshire é um desses casos menos conhecidos, apesar de muitos nomes da nova geração do folk citarem a sua influência. Seu maior sucesso foi “No Regrets” do excelente “The Circle Game” de 1968, que junto com um trabalho homônimo lançado em 1970, pode ser considerado como o momento mais alto da sua carreira.
Em 2009, o músico que não lançava um álbum de estúdio desde 1974, nos presenteia com “What I Know”, que é extremamente simples na sua essência e repleto de beleza e boa música. Com gravação em Nashville a cargo do produtor Jim Rooney e uma banda de estúdio recheada de feras, Tom Rush destila sua voz marcante em quinze faixas com o folk como condutor e o country como convidado especial em alguns momentos.
Em “What I Know” Tom Rush convida três velhas amigas (e excelentes cantoras) para lhe fazer companhia em algumas faixas. Emmylou Harris, Nanci Griffith e Bonnie Bramlett, servem para abrilhantar ainda mais o trabalho. É incrível como ao escutar algo desse nível, fica difícil assimilar como tanto coisa sem muita qualidade é alçada ao estrelado nos dias de hoje, com canções que são meros pastiches sem alma.
Ao escutar o flerte com o country de “Silly Little Diddle”, o bluegrass de “One Good Man”, ou as belas “Too Many Memories”, “Lonely”, “No One Else But You” e “Drift Away”, parece que o mundo fica um pouco mais distante, os problemas desaparecem por prazerosos minutos enquanto contemplamos aqueles bons momentos que só a música é capaz de proporcionar. Grande retorno de Tom Rush.
Site Oficial: http://www.tomrush.com

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

"Operação Valquíria" - 2009

Os filmes sobre a segunda guerra mundial já tiveram muito espaço no cinema, hoje nem tanto, seja porque os fatos principais já foram mostrados ou por falta de mercado mesmo. No entanto é em cima desse pedaço triste e trágico da história mundial que o astro americano Tom Cruise aposta suas fichas para recuperar a imagem perdida em algumas maluquices e aparições em programas de tv.
“Operação Valquíria” retrata um momento específico do desenrolar da segunda guerra. Coloca na grande tela a história do último dos 15 atentados conhecidos feitos a Hitler por alemães não contentes com seus atos. A escalação do filme passa por atores como Kenneth Branagh, Bill Nighty, Tom Wilkinson, Terence Stamp, Eddie Izzard e David Bamber, tendo Bryan Singer (“X-Men”) na direção e Christopher McQuarrie (Os Suspeitos) como um dos roteiristas.
No longa, somos apresentados ao Conde Claus Von Stauffenberg (Cruise), um oficial que questiona o regime de Hitler e que após perder sua mão, um olho e mais alguns dedos em uma missão na África, volta para a Alemanha, onde se vê inserido junto com outros militares de alta patente, em um golpe para matar Hitler, acabar com a guerra e retomar a Alemanha. Toda a trama é envolta com uma produção impecável e rica em detalhes.
O ponto alto do filme é a direção de Bryan Singer que consegue dar dramaticidade e criar um clima bastante tenso, com um suspense que consegue levar o espectador a torcer pelos digamos assim “bonzinhos”, mesmo que se saiba o resultado final e o fracasso do referido golpe, afinal a história não pode ser mudada, infelizmente nesse caso. Outro ponto positivo é o grande elenco, que vai mostrando pequenos shows gradualmente.
O que deixa a desejar em “Operação Valquíria” são os momentos em que descamba para a pieguice, talvez tentando mostrar um lado mais humano de todos, que não leva a lugar nenhum. Tom Cruise no papel de Stauffenberg não convence bem, tendo uma atuação apenas razoável, não conseguindo ganhar o espectador na maioria dos seus momentos. Parece que faltou a química necessária do astro com o personagem. Acontece.
Pesado o que foi colocado acima, “Operação Valquíria” é um bom filme, bem dirigido e com ótimos atores, mas não chega a encantar. Faz pensar um pouquinho também como às vezes o mundo pode tomar um caminho diferente se a maldade e a loucura forem combatidas. Quanto a aposta das fichas que Cruise faz no filme, ele acaba ganhando, não totalmente e mais pelo conjunto do que por si mesmo, mas ainda sim sai ganhando.

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

"Changing Horses" - Ben Kweller - 2009

O músico americano Ben Kweller era na sua infância um menino prodígio. Aos 8 tocava piano, aos 9 já ganhava competições patrocinadas pela Billboard e aos 13 montava sua banda, Radish, onde foram comparados ao Nirvana pela Rolling Stone, fizeram sucesso, tiveram um hit (“Little Pink Stars”), passaram pela mtv e outros programas de tv, mas tudo acabou em 1999, com Kweller então com 18 anos.
A partir desse ponto o garoto prodígio se lançou em carreira solo, foi apadrinhado por artistas que iam de Evan Dando a Dave Matthews e vem construindo uma carreira bastante consistente e interessante. “Changing Horses” é o seu quarto trabalho, lançado em 2009 (apesar de ter chegado na internet alguns meses antes) e a musicalidade de Ben Kweller continua ganhando novos contornos ao redor das suas já habituais referências.
Em “Changing Horses”, o country é bastante valorizado, indo desde coisas mais tradicionais até Tom Petty. O tom folk e do rock alternativo americano ainda estão bem presentes, mas são completamente envolvidos pela temática country. A banda formada por Kitt Kitterman (guitarra), Chris Morrissey (baixo) e Mark Stepro (bateria), responde muito bem e é responsável por um trabalho instrumental competente.
São dez canções, dispostas em pouco mais de 36 minutos que tem o pequeno dom de cativar o ouvinte. O trabalho tem a matriz country em “Gipsy Rose”, “Fight”, “Wantin' Her Again” e a ensolarada “Things I Like To Do”, folk em “Ballad Of Wendy Baker”, além de baladas como “Hurtin’ You” e “Old Hat”, canção setentista até a alma, com um piano no comando enquanto a melodia é atravessada por um guitarra com forte pedal stell.
“Changing Horses” ainda traz três grandes momentos, “Sawdust Man” com o piano na frente, dando um climaço de Elton John safra anos 70, o pop e refrão pegajoso de “On Her Own” e “Homeward Bound” que traz melancolia e beleza de mãos dadas. Ben Kweller continua acertando sua mão, sempre melhorando no decorrer da carreira, o que nos faz esperar um grande disco desde velho de 27 anos para os próximos anos.
Site Oficial: http://www.kweller.net
My Space: http://www.myspace.com/benkweller

domingo, 8 de fevereiro de 2009

"Sim Senhor" - 2009

Sabe aquele cara que vive meio no piloto automático, quase sempre mal humorado, que se esconde do mundo no seu cubículo particular, tratando os outros com desprezo e ignorância e que vive reclamando, dizendo não para tudo? Com certeza você já viu esse tipo passando pela sua vida. O personagem principal do filme “Sim Senhor”, que estreou recentemente no país, é um destes caras.
Carl Allen (Jim Carrey) trabalha em um banco no setor de aprovação de empréstimos, onde não tem a mínima possibilidade de crescer profissionalmente. Vive meio recluso dentro de um casulo desde que sua esposa o deixou, apesar de isso já ter acontecido há algum tempo. Anda mal humorado pelos cantos e não atende as ligações de seus amigos, sempre dizendo que não pode estar ou participar de nada, inventando mentiras como desculpas.
Até que Carl Allen decide ir para uma palestra de auto-ajuda onde os participantes são direcionados a dizer “sim” para tudo, até mesmo para os casos mais esdrúxulos. Ao adentrar ao programa a vida de Carl Allen muda completamente. Uma nova mulher aparece na sua vida (um bom trabalho da atriz Zooey Deschanel de “O Guia do Mochileiro Das Galáxias” e da série “Weeds”), mudando o seu humor e modo de viver.
No papel de Carl Allen, Jim Carrey retorna aos seus melhores momentos. Que ele é um ótimo comediante e um ator competente disso poucos duvidam, pois seus papéis atestam essa premissa. No entanto, Carrey tem um sério problema de querer ser importante demais nos seus filmes, fazer caretas demais e acabar por estragar a mistura. Em “Sim Senhor” temos um Carrey na medida certa, o que leva o espectador no caminho de muitas risadas.
Produzido pelo próprio ator e dirigido corretamente por Peyton Reed (“Separados pelo Casamento”), “Sim Senhor” é baseado no livro do escritor britânico Danny Wallace que afirma ter passado seis meses dizendo sim para tudo. Se é verdade ou mentira, ao menos o livro rendeu um filme bastante divertido, com momentos realmente hilariantes, além de fazer o espectador pensar um pouquinho na sua própria vida, apesar de essa não ser a intenção primordial.

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

"Tonight: Franz Ferdinand" - Franz Ferdinand - 2009

Um antigo comercial de shampoo na tv, tinha os dizeres: “Você se lembra da minha voz? Continua a mesma, mas os meus cabelos...” É essa impressão que o terceiro disco dos escoceses do Franz Ferdinand, lançado em janeiro de 2009 deixa após sua audição. Uma das maiores bandas da atualidade, vem saciar a vontade de milhares de fãs espalhados pelo mundo, com “Tonight: Franz Ferdinand”.
A banda teve uma estréia arrasadora em 2004 com hits como “Take Me Out” e “Michael”, conquistando seu lugar no topo da música com o sucessor “You Could Have It So Much Better” de 2005, que trazia músicas como “Do You Want To” e “Walk Away”, só para ficar em dois pequenos hinos dos anos 00. Alex Kapranos, Nick McCarthy, Robert Hardy e Paul Thomson souberam casar os anos 70 com os 80, como poucos.
No novo trabalho, o grupo dá uma pequena guinada para o lado da eletrônica, usando bastante sintetizadores nas faixas, mas sem perder em nenhum momento sua essência e características positivas. As influências de The Fall, Wire, Gang Of Four e Talking Heads continuam bem presentes, tanto nas guitarras de Kapranos e McCarthy como no baixo cada vez mais pulsante de Hardy, só que dessa vez tem novas companhias para inspiração.
“Ulysses” é a responsável pela abertura, trazendo logo um baixo que te conquista de entrada, fazendo a cama para os outros instrumentos. “C’mon let´s get high” brada Kapranos no vocal. Para fechar temos “Katherine Kiss Me”, uma baladinha (o que já ta ficando tradicional) dedilhada no violão. E o recheio? O que tem nele? Tem faixas para agitar qualquer lugar mundo afora.
Passa desde por canções com a marca registrada da banda, vide “Turn It On”, “No You Girls” e “Send Him Away”, por outras com algumas variações como “Bite Hard” e “What She Came For” (o flerte semi-perfeito entre funk e rock) antes de se jogar mais na eletrônica em “Live Alone”, “Can't Stop Feeling” e o épico “Lucid Dreams”, com quase oito minutos, que a partir da sua metade parece ter saído de algum disco do Kraftwerk.
Podemos entender esse “Tonight: Franz Ferdinand” como um set list completo para as pistas, começando com o rock dando as regras, ficando mais eletrônico enquanto o tempo vai passando, chegando no ápice da festa, para depois acalmar com as duas últimas canções. Mesmo não tendo um hit do porte de suas antigas canções, o Franz Ferdinand lança mais um grande trabalho. Um disco para continuar no topo.
Site Oficial: http://www.franzferdinand.co.uk
My Space: http://www.myspace.com/franzferdinand

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

"Working On A Dream" - Bruce Springsteen - 2009

Um clima de esperança está no ar em boa parte do mundo. A vitória de Barack Obama para presidente dos USA, trouxe esse clima não somente para os americanos saturados com o governo Bush, como para o mundo que o último presidente tanto massacrou economicamente, jogando para a lama os direitos civis, causas ambientais e diplomacia. Se tal esperança será justificável ou não, só o tempo será responsável por dizer.
Com o olhar fixo nesse momento, Bruce Springsteen lança seu novo trabalho, que se fosse de outro artista, sem a história e o envolvimento político em sua volta, poderia soar como oportunista. “Working On a Dream” (“Trabalhando em um Sonho”) pode ser entendido como a trilha sonora para essa transição. O velho “Boss” continua a contar suas histórias, mas desta vez sobre um olhar diferente de discos recentes como “The Ghost Of Tom Joad” ou “The Rising”.
Ao seu lado, os velhos e competentes comparsas da E Street Band, continuam sendo um show a parte, principalmente as guitarras de Steven Van Zandt, o baixo de Garry Tallent e o piano de Roy Bittan, além dos backing vocals do time todo. A sonoridade de “Working On a Dream” não escapa em nada ao que já estamos acostumados, um misto de rock americano em estado bruto com o folk, apoiado em muitos violões.
Bruce começa com “Outlaw Pete”, uma canção bem ao seu estilo, contando uma história em quase oito minutos. No decorrer do disco manda um rockão de arena em “My Luck Day”, flerta com o amor em “Waht Love Can Do” e “This Life”, versa sobre o cotidiano em “Queen Of The Supermarket”, “Life Itself” e “The Last Carnival”, além de buscar um olhar esperançoso na canção que dá nome ao trabalho.
Além das 12 faixas, tem um bônus com “The Wrestler”, canção do novo filme do diretor Darren Aronofsky (do ótimo “Réquiem Para Um Sonho”), que serve como um grande plus. “Working On A Dream” é o retrato de um artista dentro da sua realidade e apesar de não esbanjar nada de novo (e precisa?) e ser um pouquinho inferior ao seu antecessor, “Magic” de 2007, é sempre prazeroso ouvir o “Boss” e suas canções.
Site Oficial: http://www.brucespringsteen.net
Sobre "Magic", passe
aqui.

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

"The Pains of Being Pure at Heart" - The Pains of Being Pure at Heart - 2009

Os anos 80 se apresentavam sobre diversas facetas, tinhamos a new wave (B-52´s, Devo, Talking Heads), o pós punk (The Smiths, The Cure, U2, Echo And The Bunnymen), o new romantic (Duran Duran) e o College Rock (R.E.M, Dinosaur Jr.), só para ficar em alguns exemplos e sem passar por bandas como Pixies que não pertenciam basicamente a nada disso. Todas essas influências já foram absorvidas e colocadas a prova por bandas novas.
No entanto, esse mesmo período trouxe uma galera que juntava bastante microfonia e barulho, com melodias suaves que grudavam feito chiclete. Bandas como Beat Happening, My Blood Valentine, House Of Love, Teenage Fanclub e The Jesus And Mary Chain. É em cima dessas influências que o quarteto nova-iorquino The Pains of Being Pure at Heart, formado por Alex, Kip, Kurt e Peggy, estréia no mundo da música.
A banda (que possui um ótimo nome, diga-se de passagem), foi formada em 2007, lançou um Ep ano passado e em fevereiro de 2009, lança o seu primeiro trabalho com o próprio nome. São dez faixas que bebem diretamente na fonte das bandas citadas acima além de adicionar toques de outras como The Stone Roses e Ride. Barulho, distorção, pop, melodias e energia remetem o ouvinte a algum ponto perdido anos atrás.
São dez faixas que vão desde a abertura com “Contender” onde as guitarras vão passando e a sujeira faz cama para o vocal andar doce e suave, “Young Adult Friction” que traz um teclado canalhíssimo e um vocal compartilhado no refrão, que é um deleite só, “Everything With You” feita para cantar junto, até o trio “A Teenager In Love”, “Hey Paul” e “Gentle Sons” que encerra o disco, com o brilho digno de provocar sorrisos.
Recheado de ótimas influências e utilizando-as de maneira inteligente e prazerosa, a banda The Pains of Being Pure at Heart, lança um disco que dificilmente passa no player sem causar boas sensações, sem cativar o ouvinte para escutar novamente e novamente.
Site Oficial: http://www.thepainsofbeingpureatheart.com
My Space: http://www.myspace.com/thepainsofbeingpureatheart