quarta-feira, 20 de agosto de 2008

“O Coração Do Homem Bomba – Volume 1” - Zeca Baleiro - 2008

O maranhense José Ribamar Coelho Santos, mais conhecido como Zeca Baleiro vem desde sua estréia em 1997, misturando música popular brasileira com diversos ritmos de todos os lugares do nosso país e de fora dele. Já cunhou algumas canções belíssimas e outras tantas que se fizeram conhecer estrada afora. Em 2008 chega o seu novo disco “O Coração Do Homem Bomba – Volume 1”, que ganhará uma continuação ainda esse ano.
Zeca vinha de uma coletânea (“Lado Z” em 2007) e um ao vivo em 2006. Seu último registro de inéditas havia sido o excelente “Baladas do Asfalto e Outros Blues” de 2005, que entrou na listinha aqui da casa entre os melhores do ano. Em “O Coração...”, Zeca volta aos seus primeiros trabalhos e investe na alegria, no clima pra cima e na profusão de ritmos se encontrando e se misturando, com o habitual bom humor.
Começando com uma vinhetinha, passamos entre outras faixas pela releitura de “Alma Não Tem Cor” do André Abumjamra e seu Karnak, o ótimo samba rock de “Vai de Madureira”, o pop sessentista com toques de música brega de “Ela Falou Malandro”, parceria com Zé Geraldo, a saborosa “Você é Má”, com letra do poeta paraense Joãozinho Gomes (nova “descoberta” do artista”) e mais uma releitura, desta vez “Bola Dividida” do grande Luiz Ayrão.
Para completar ainda temos duas pequenas e divertidas homenagens: “Toca Raul” que começa com os versos “Mal eu subo no palco/um mala maluco já grita de lá/Toca Raul!” para complementar com “Como é poderoso esse Raulzito”. Grande sacada. Já “Geraldo Vandré”, em dobradinha com Chico Cesár é como se retratasse um dialógo com uma das figuras mais misteriosas da música nacional, responsavel pelo hino anti-ditadura “Pra Não Dizer Que Não Falei de Flores”.
Zeca continua sua jornada meio na contramão ao mesmo tempo que saboreia pequenos pedaços de sucesso, com um trabalho sempre interessante, apesar de não carregar nada de novo. No release oficial o artista escreve: “Este disco não tem “conceito”. Também nada “desconstrói”. É um disco de música popular, a boa e velha música popular brasileira. Espero que baste.” Pode deixar que basta sim, meu caro.
Site do cantor: http://www2.uol.com.br/zecabaleiro

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