sexta-feira, 20 de julho de 2007

Férias....

Salve, salve minha gente amiga...
A partir de hoje esse blog entra de férias, retornando as suas atividades normais em 01/08/2007.
Forte abraço a todos. Paz Sempre!
Adriano Mello Costa

quarta-feira, 18 de julho de 2007

"Eu Nunca Disse Adeus" - Capital Inicial - 2007

O Capital Inicial é uma das bandas mais importantes do rock brasileiro de todos os tempos e sem dúvida está no rol do que mais escutei nesses meus 28 anos de vida, principalmente quando ainda era um adolescente. Dinho Ouro Preto apesar de toda sua performance caricata e cheia de lugares comuns, provavelmente é o maior rockstar (na acepção do termo) brasileiro vivo, indo do céu ao inferno, sempre ressurgindo.

A banda que já não conta com Loro Jones na guitarra há algum tempo, substituído por Yves Passarell (que agora parece fazer realmente parte do processo), continua com os irmãos Lemos (Flávio e Fé) guiando a cozinha e rumando o barco adiante. “Eu Nunca Disse Adeus”, mais do que um titulo de disco, representa algo perto de um mantra para o quarteto.

Esse 14º lançamento de inéditas, chega para suplantar o razoável “Gigante” de 2004 e o mediano projeto em homenagem ao Aborto Elétrico lançado ano passado, retomando o caminho de qualidade produzido em “Rosas e Vinho Tinto” de 2003. É isso que o novo disco parece ser, uma continuidade daquele lançado em 2003, mantendo o nível das boas canções, letras e riffs de guitarras. Pop rock competente.

A dobradinha “A Vida é Minha (Eu Faço o Que Quiser)” e “Eu Nunca Disse Adeus” (uma das melhores canções dos últimos dez anos da banda) vão tocar nas rádios e agradar tanto os velhos como os fãs adquiridos na fase “Acústico MTV”. A balada “Aqui” vem em seguida, com aquela idéia de todo mundo cantar junto. Depois tem “Eu e Minha Estupidez” que caberia em algum momento na vida de todo mundo.

Volta-se ao rock básico do Capital em “Diferentes”, passa pela ótima história de “O Imperador”, sucumbe aos efeitos na balada “Altos e Baixos”, que traz em tom de testemunho a letra cantada por Dinho “esse aqui é o meu lugar, desci até o inferno e consegui voltar...”. Muito justo, justíssimo. “18” traz tons adolescentes, com guitarras mais rápidas, levando o clima novamente pra cima.

“Dormir” entra com violões e uma letra sobre desejos e liberdade. Chega a vez da dobradinha “Boa Companhia/Má Companhia”, que por sua vez dá lugar para a cínica (e crítica) “Eu Adoro a Minha Televisão”, versando sobre a apatia de uma geração. “Um Homem Só” chega lenta, com Dinho declamando uma letra que trata sobre a perca dos sonhos e o registro eterno das marcas do passado. Triste, mas muito bonita.

O Capital Inicial virou uma espécie de Ramones nacional, faz o feijão com arroz de sempre, o mesmo café com leite, traz aquele sabor de mais do mesmo constantemente, mas o Capital assim como a banda que eles tanto admiram, chegou a um ponto que não precisa mudar, o seu som está consolidado e resiste ao tempo, não precisando mais ditar tendências ou lançar clássicos absolutos, precisando “apenas” criar bons discos. Os fãs então, agradecem mais um.

segunda-feira, 16 de julho de 2007

"A Marcha dos Invisíveis" - Terminal Guadalupe - 2007

O rock nacional está há anos produzindo com imensa qualidade no underground enquanto bandas sem muita criatividade são alçadas pela MTV como a nova sensação do momento, entrando na trilha sonora de Malhação e conseqüentemente na vida da juventude que consome pop rock e anda carente de bandas que consigam unir apelo pop e um discurso mais político.

Faltava algum grupo capaz de romper essa barreira com canções que trafeguem entre o mainstream e o alternativo sem perder a identidade. Esse grupo parece ter aparecido e se chama “Terminal Guadalupe”, vem de Curitiba/PR e acaba de colocar no mercado um excelente disco intitulado “A Marcha Dos Invisíveis”. Unindo o rock dos anos 80 com guitarras fortes, ecos de Legião Urbana, doses grandes de crítica social e um vocal competente, a banda pode ser o fator capaz de mudar novamente o rock nacional.

Formada em 2003 por Dary Jr. (vocal e letras) e Alan Yokohama (guitarras e violões) concebendo o centro criativo e ainda por Rubens K (baixo) e Fabiano Ferronato (bateria) responsáveis pela cozinha, o quarteto produziu de maneira independente alguns projetos antes de desembarcar em 2005 com o ótimo “Você Vai Perder o Chão”, conquistando fãs e prêmios pelo país afora.

Em 2007 com o lançamento de “A Marcha dos Invisíveis” (e a entrada de Lucas Borba na outra guitarra), o Terminal Guadalupe mostra dez canções com força suficiente para abrir os olhos da mídia e do público de um país para toda uma produção que vem sendo feita fora do grande circuito. Não é abuso dizer que todas as canções do disco são hits em potencial, ainda mais para uma geração carente de artistas com algo a dizer que seja relevante.

“Terminal Guadalupe” que abre o disco conta com os versos “...um tiro no pé da mídia convencional/que vende esta província como um pedaço do céu...”, já apontando a direção para o que virá. Em seguida temos uma das grandes músicas do ano, “Pernambuco Chorou”, que trata sobre o sistema carcerário brasileiro em trechos como “...o dia segue lento/eu perco tempo demais(...)a grade corta o vento/sono quente e fugaz...” em um roupagem sonora forte, mas ao mesmo tempo com backing vocals e forte apelo radiofônico.

“Atalho Clihê” vem depois com um excelente (e simples) riff de guitarra, abrindo para o quase refrão da música. Arrebatador. “Recorte Médio-Oriental” mete o dedo na briga entre árabes e ocidentais com uma das melhores frases do trabalho “...nunca me viu/sempre odiou...”. A faixa título é a mais pesada, mostrando a força do instrumental apoiando Dary Jr. dizendo “...eu não quero ser inglês/sou mais...”.

“Cachorro Magro” vem aos violões, uma balada com fortíssima critica social, “...cachorro magro sem nome/andando por aí, pela cidade...”, metendo os cincos dedos na ferida e mexendo sem medo. “El Pueblo No Se Vá” chega como uma das grandes faixas, falando de amor (ou não!), lembrando Belchior e fazendo o ouvinte sair cantando pelos cantos. “O Segundo Passo” traz a melhor performance de Dary Jr no disco, uma balada daquelas com tom épico.

“De Turim A Acapulco” é para fazer pensar um pouco sobre o amor “...hoje você vai se cansar de mim/eu sou o acidente em frente ao portão(...)se ainda havia dúvida do meu amor/nem sempre fez sentido o que eu quis dizer...” Impossível ficar indiferente, uma das canções nacionais mais bonitas que ouvi nos últimos anos. “Praça de Alimentação” fecha o álbum com mais de seis minutos, o que não consegue deixar a intensa letra de Dary menos palatável. Encerramento com mérito.

O Terminal Guadalupe aliado na excelência da dobradinha letra/sonoridade, tem a oportunidade de quebrar os paradigmas e a chatice do atual rock nacional que é consumido pelo grande público, abrindo as portas para toda uma geração que produz incansavelmente pelos quatro cantos do país e merece sua chance. Siga a marcha sem medo, a boa música agradece. Discaço!

Ouça algumas faixas aqui:
http://www.myspace.com/terminalguadalupe .

sábado, 14 de julho de 2007

"Favourite Worst Nightmare" - Arctic Monkeys - 2007

Nos últimos dois anos, dificilmente uma banda causou mais estardalhaço do que o quarteto britânico de Sheffield, Arctic Monkeys. As vezes parece inclusive que a palavra “hype” foi criada especialmente para eles. Em tempos de compartilhamento de músicas via internet, mp3 e tudo mais, a banda conseguiu vender bastante na sua estréia em 2006, conquistando fãs ao redor do mundo.

Eis que Alex Turner (guitarra e vocal), Jamie Cook (guitarra), Nick O´Malley (baixo) e Matt Helders (bateria) tinham pela frente então a tradicional prova do segundo disco. “Favourite Worst Nightmare” chega as lojas em 2007 para confirmar realmente o talento dos músicos, conseguindo honrar plenamente seu objetivo. Confesso que não acho “tudo isso” o Arctic Monkeys e não gostei muito do primeiro disco, mas nesse segundo, eles convencem bem mais.

“Brianstorm” abre esse novo trabalho como uma metralhadora giratória sem alvo definido, até a música ganhar forma e ritmo. No mínimo, uma maneira corajosa de se começar um disco, por mais que se leve em consideração o fato da canção ter um “punch” bem legal. Depois da entrada, o prato principal começa com três porradas dançantes, com aquele baixo pulsando e guitarras cortando, são elas: “Teddy Picker”, “D Is For Dangerous” e “Balaclava”. O fôlego ameaça ir embora.

“Flourescent Adolescent”, a quinta faixa, com direito a paradinha de bateria, tem um sabor sessentista que ganha o ouvinte na primeira audição (não a toa é a minha preferida), exalando odores pop aos quatro cantos. Até aqui, “Favourite Worst Nightmare” seria perfeitamente sério candidato a melhor disco do ano, porém a mistura da banda um pouco que se perde na segunda metade.

Podemos destacar ainda com a mesma força faixas como “This House Is A Circus” e “If You Were There Beware” (com ótimas guitarras e bateria quebrada, criando espaço para as paradas). Não que as outras faixas sejam ruins, “The Bad Thing” e “Old Yellow Bricks” são boas canções, mas destoam um pouco do começo do trabalho. A edição do Japão ainda conta como bônus com “Da Frame 2R” (que poderia estar no disco) e “Matador”.

O Arctic Monkeys prova ter munição para uma carreira duradoura e apesar de não ser tudo isso que muita gente prega por aí, conseguem fazer ótimas canções, dignas de tocar em qualquer pista do mundo inteiro e fazer dançar. Confesso que com esse novo disco, começo até a gostar mais da banda. Coloque as cinco primeiras faixas no player, aperte o repeat e pode se divertir.

Site oficial:
http://www.arcticmonkeys.com

quinta-feira, 12 de julho de 2007

"Everbody" - The Sea And Cake - 2007

A primeira vez que ouvi falar na banda The Sea And Cake foi lá pelos idos de 1996,1997 quando o excelente disco “Biz” de 1995, caiu no meu colo por empréstimo de um amigo. A banda de Chicago faz um post-rock de qualidade, misturando o pop com jazz, eletrônica, krautrock e tudo mais que der vontade, mas sempre em doses homeopáticas e muito bem adicionadas.

Depois disso acompanhar a banda foi sempre uma tarefa prazerosa. O The Sea And Cake é um projeto paralelo do John McEntire do Tortoise, que aqui comanda as baquetas, percussões e sintetizadores ao lado de Sam Prekop (vocal, guitarra), Archer Prewitt (guitarra, piano, vocal) e Eric Claridge (baixo e sintetizadores). O quarteto faz um som saboroso de ser escutado, sem maiores alardes.

No seu novo álbum “Everbody” lançado em maio deste ano, a banda deixa de lado os sintetizadores e aposta basicamente nos seus instrumentos obtendo ótimos resultados. Mais um daqueles discos que cabem na categoria “para se escutar em um domingo de manhã”. Sam Prekop canta com uma beleza que se não chega a ser estonteante esbanja tons cativantes. Difícil não voltar o player mais uma vez.

É claro que os ecos do passado ainda se fazem presentes nas mais “tradicionais” (para o som da banda) “Exact to Me” e “Ligthning”, no entanto em faixas como “Too Strong”, “Crossing Line” e “Coconut”, vemos o pop ali presente, límpido e fulgaz como os primeiros raios de sol da manhã. “Transparent” tem a incumbência de fechar as portas e consegue isso com maestria em uma grande quase balada, com direito até a alguns dedilhados de violão.

O The Sea And Cake não quer provar nada a ninguém, deseja apenas fazer sua música com influências de post-rock e de bandas como Tortoise, Yo La Tengo e Sonic Youth. Só por essas influências já era merecido dar atenção ao seu trabalho, que aparece com um dos bons lançamentos do ano, enchendo o ouvinte de tranqüilidade e paz dentro da sua alma.

Site oficial:
http://www.theseaandcake.com

terça-feira, 10 de julho de 2007

"Fino Coletivo" - Fino Coletivo - 2007


O ano era 2005. Os alagoanos Wado (guitarra e voz) e Alvinho Cabral (guitarra e voz) da excelente banda Wado e o Realismo Fantástico (uma das prediletas da casa), encontram o compositor carioca Marcelo Frota (guitarra e voz), mais conhecido como Momo. Depois de várias e várias experiências musicais, eles decidiram recrutar alguns amigos e fazer um novo projeto.

Daí vieram Alvinho Lancelloti para as letras e vocais, Adriano Siri para o vocal, Daniel Medeiros para o baixo e Marcus Coruja para a bateria. Dessa união surgiu o projeto Fino Coletivo, que desembarca em 2007 pela gravadora Dubas, com o registro do seu trabalho em nome homônimo. Da união entre Alagoas e Rio de Janeiro, nasceu uma das gratas surpresas do ano. Brilhante.

A música brasileira se mescla em outras fontes, se quebra e se reverte em sambas tortos e destorcidos com imensa precisão. “Boa Hora” abre com um sambinha quebrado, e levando “...quem te disse que era hora de partir, hora boa é sempre hora de voltar (...) levou meu coração e botou dentro da mala...”. Depois vem “Tarja Preta” um funkzinho malemolente que só ele, evocando Pedro Luis e a Parede.

“Dragão” é tudo aquilo que Wado sabe fazer de melhor, um samba rachado, torto e insolente. “Partiu Partindo” chega mais pop, mais outro funk misturado com um samba e programações eletrônicas. Do primeiro disco da banda de Wado temos em nova roupagem para “Uma Raiz Uma Flor” e do segundo a regravação da bela “Poema de Maria Rosa”. “Hortelã” (flertando com Otto), “Tempestade” (a melhor faixa) e “Medo de Briga” fecham o álbum em grande forma.

Para quem já conhece o trabalho do alagoano Wado, tudo aqui é um deleite só, nessa nova empreitada com outros amigos, o músico coloca mais um belo testemunho do que a música brasileira é capaz de fazer quando bem misturada e com idéias fora do comum e banal. A coleção de sambas transfigurados desse “Fino Coletivo” é para ser servida em qualquer hora do dia, em abundância e sem moderações.

My space do projeto:
http://www.myspace.com/finocoletivo

domingo, 8 de julho de 2007

"Chega de Falsas Promessas" - Canastra - 2007


O combo carioca chamado Canastra é sinônimo da palavra diversão. É praticamente impossível não abrir um sorriso enquanto se ouve o som feito por Renato Martins (vocal e guitarra), Marcelo Callado (Bateria), Edu Vilamayor (vocal e baixo), Fernando Oliveira (guitarra e banjo), Marco Serragrande (Trombone) e Marcello Magdaleno (sax).
A banda que estreou em 2004 com o bom “Traz A Pessoa Amada em Três Dias”, chega em 2007 com seu segundo disco “Chega de Falsas Promessas”, melhorando e muito sua sonoridade, adicionando a parte de metais que por mais que sempre tivessem vontade, tinha ficado de fora anteriormente. O resultado disso é um disco pra cima, agradável, uma miscelânea gostosa de sons e de épocas.
"Chevette Vermelho" é o abre alas, remetendo ao rockabilly dos anos 50, passa por “Miss Simpatia” já gravada pelo Ultraje a Rigor, desemboca no jazz dos anos 20/30 de “Quando Sim Quer Dizer Não” e assume um lado meio country em “Dois Dedos de Conhaque”. As letras são primordialmente para cima, falando de casos do dia a dia, com a verve que Renato Martins já mostrou no trabalho anterior e na sua ex-banda, o Acabou La Tequila.
Tem ainda o jazz bem humorado de “Pomo-De-Adão”, falando da traição de Adão por sua “costela”. Impagável!. A nonsense “A Deus Dará” e a mezzo ska, mezzo country de “Dallas” encerram a fatura em grande estilo. Se um dia desses o mau humor invadir sua casa, um bom remédio é escutar esse “Chega de Falsas Promessas”. Altamente indicado.

quinta-feira, 5 de julho de 2007

"The Boy With No Name" - Travis - 2007


Eu costumo brincar entre os amigos que o Travis é a banda que o Coldplay sempre quis ser mas nunca conseguiu. Brincadeiras a parte, acredito bastante nessa premissa. Tudo que a banda de Chris Martin inventa de fazer, a banda de Fran Healy faz melhor. Sei que essa é uma maneira meio sensacionalista para começar uma resenha, mas foi isso que veio a cabeça quando ouvi “The Boy With No Name”, 5º quinto álbum do quarteto escocês, lançado esse ano.

O disco em questão dá uma revigorada e tanto no trabalho da banda depois do último trabalho “12 Memories”, que parecia mais um amontoado de idéias e lados b, bem abaixo da média. Cabe lembrar aqui que Fran Healy (vocal e guitarra), Andy Dunlop (guitarras), Doug Payne (baixo) e Neil Primrose (drums), foram responsáveis por canções do nível de “Sing” e “Turn”, além de um belíssimo disco intitulado “The Man Who” em 1999.

“The Boy With No Name” chega para botar o trem nos trilhos novamente e mostrar o que o Travis sabe fazer muito bem. O que seria? Canções com forte apelo pop, passeando entre o rock dos anos 60 e britpop dos 90, formando pequenos rocks e belas baladas em que os violões são a peça chave, deixando a suíte preparada para letras sobre amor, desilusão, esperança e paixões perdidas.

Pode passear pelas canções e deixar se levar por faixas como “Selfish Jean”, “Closer”, My Eyes”, Colder”, "Big Chair" ou “Eyes Wide Open”. E você vai repetindo o disco, repetindo, repetindo. Até a faixa escondida depois de “New Amsterdam” que fecha a conta é bem legal. Chris Martin mais uma vez vai se morder de inveja, pois quando se trata de canções sentimentais, com violões e aquele clima de melancolia espalhado no ar o Travis mostra que ainda é o melhor produto existente no mercado.

Site da banda:
http://www.travisonline.com

terça-feira, 3 de julho de 2007

"A Torre Negra Vol. I - O Pistoleiro" - Stephen King


J.R.R Tolkien já inspirava bastante devoção muito antes de Peter Jackson levar as telas a saga de Frodo e Cia, seu universo imaginário recheado de personagens e histórias fantásticas vem conquistando fãs há muito tempo. Um destes fãs se chama Stephen King (premiadíssimo escritor americano) que ainda universitário na década de 70, começou a construir sua própria saga intitulada “A Torre Negra”

Inspirado em um poema épico do século XIX chamado “Childe Roland à Torre Negra Chegou”, Stephen King usou e abusou das idéias de Tolkien, mas adicionou a mistura milhares de referências pop, toques do faroeste italiano de Sérgio Leone, ficção cientifica e boas doses de terror (que virou a marca registrada do autor), tudo isso para criar a história de Roland de Gilead, o último pistoleiro condenado a vagar em um pós mundo devastado em busca de sua salvação, assim como da sua idéia de vida.

O primeiro volume da série de 7 livros, “O Pistoleiro” foi lançado no Brasil em 2004 e agora com a conclusão da saga neste ano, começa a ser maior divulgada pelo país. “A Torre Negra Vol I” não é um livro fácil, como o próprio autor escreve no prefácio, a história ainda está se encontrando e só começa a deslanchar mais a frente, consolidando as idéias que são apresentadas meio anarquicamente no inicio.

Em “O Pistoleiro”, Roland de Gilead parte atrás de uma enigmática figura denominada Homem de Preto, que na sua concepção tem a chave para algumas respostas. Essa perseguição cria ambientes fantasiosos em que o tempo se converte e se mistura, sem qualquer lógica, sendo este tempo um personagem quase tão importante quanto o próprio Roland, deixando todos confusos quanto suas medidas e percepções.

Stephen King chamou esta série como “o mais longo romance popular de todos os tempos”, como ainda estou começando a segunda parte dos sete livros, ainda não sei se é para tanto. Nesta primeira incursão, muita coisa fica em aberto, mas a idéia é que tudo faça sentido mais para a frente. Depois coloco as impressões sobre “A Escolha Dos Três”, próxima parte da saga que está sendo digerida atualmente.

Mais aqui:
http://www.torrenegra.com.br

domingo, 1 de julho de 2007

Séries - "My Name Is Earl"


Sabe aquele cara que faz tudo errado, que sacaneia com tudo mundo, sempre querendo levar vantagem na base da malandragem e da esperteza, detonando com todos que pode no meio do caminho, por mais que seja sem má vontade? Bom esse cara com certeza está bem personalizado na pele de Earl Hickey, interpretado por Jason Lee (“Quase Famosos”) na série “My Name Is Earl”.

Exibido por aqui pelo canal de assinatura FX, a série vem na sua segunda temporada e está sendo agraciada com bastantes elogios pela critica e agradando ao público (inclusive este que aqui escreve que já comprou o primeiro ano da série lançado no país). “My Name Is Earl” tem nos seus curtos episódios humor negro e sarcasmo em doses cavalares, caracterizando os anti heróis dos personagens principais, intencionalmente ou não.

Earl Hickey é o cara que já foi descrito no primeiro parágrafo, até que um belo dia em mais uma das suas traquinagens ele recebe o prêmio de uma pequena loteria, sendo que enquanto comemora é atropelado por uma velhinha e quase passa dessa para a outra vida. Ainda no hospital, Earl vê um programa de televisão em que aparece uma mensagem falando sobre carma, e de repente sua vida começa a mudar.

Desse ponto em diante, o personagem faz uma listinha com tudo que fez de ruim na vida, desde roubar o carro de uma mulher sem uma perna, passando por trapacear em jogos de futebol americano do irmão ou sacanear com o sotaque dos estrangeiros. E essa listinha passa a ser a trama condutora, envolvendo todos os outros personagens da série como a ex-mulher de Earl e seu irmão, entre outros.

No meio da atual falta de criatividade das novas séries apresentadas ultimamente, em que poucas se destacam realmente, “My Name Is Earl” caminha no sentido inverso de tudo isso, esbanjando bom humor, vitalidade e boas idéias. Se passar pela sua frente, dê uma experimentada que não te arrependerás. Pode confiar!