domingo, 11 de fevereiro de 2007

Rocky Balboa - 2007

Nostalgia pode ser uma palavra ruim, pode significar acomodação e dependência do passado, mas também pode representar boas lembranças de atos e fatos que marcaram tua vida, que fizeram parte da tua pequena história. Neste último fim de semana quando entrei no cinema para assistir “Rocky Balboa”, foi mais ou menos esse segundo tipo a minha sensação.

Realmente acho que fica difícil para os adolescentes de hoje com seus games e acostumados com efeitos especiais como “O Senhor dos Anéis” gostarem do personagem criado por Sylvester Stallone em 1976, conquistando o mundo pelas décadas de 80 e inicio de 90.

Desde o lançamento do primeiro filme em 1976, que rendeu Oscar de melhor filme, diretor e edição já se passaram 30 anos. É muito tempo. As pessoas se transformam em 5 anos, imagine em 30. É uma eternidade. E com essa perspectiva é que Sylvester Stallone nos apresenta o sexto filme da franquia, trabalhando temas comuns de quando se está envelhecendo.

A grande sacada do filme é não focar na luta em especial, apesar desta ser o fio condutor da trama, mas sim concentrar suas idéias em um drama pessoal e comum, que nos remete ao mesmo Rocky inseguro, simples e bonachão do início. Parece que o personagem é real, como um antigo conhecido que de repente nos aparece de novo.

Sem um sucesso comercial desde 1993 quando estrelou “Risco Total” Stallone se confunde com seu personagem. Em entrevista a Revista Set mês passado disse: “Rocky e eu somos muito parecidos. Tive excelentes momentos e com certeza já passei do meu auge. Embora tenha sido uma ótima jornada.” O que é a mais pura verdade.

No novo filme, encontramos o ex-campeão mundial dos pesos pesados sendo proprietário de um pequeno restaurante que leva o nome de sua amada esposa Adrian (Tália Shire) que já faleceu. Rocky se encontra em uma vida de nostalgia, sem a esposa, meio que abandonado pelo filho Robert Jr. (Milo Ventimiglia) que passa o tempo em um escritório, contando casos dos “bons tempos” das suas lutas homéricas para seus clientes. Sua vida perdeu grande parte do sentido.

No outro lado, temos um atual campeão mundial de boxe Mason “The Line” Dixon (Antonio Tarver) que está sendo duramente questionado por suas lutas serem muito fáceis, muito tranqüilas. Nesse contexto a Espn (canal de esporte) apresenta uma simulação entre os dois, passado e presente, onde Rocky ganhando a luta, mexendo com o imaginário de todos.

Em meio a suas inseguranças e com uma imensa necessidade de se sentir importante novamente, Rocky aceita o desafio proposto pelos empresários do atual campeão, contando com a ajuda de Paulie (Burt Young), seu cunhado, o que nos produz bons diálogos, em um dos melhores momentos do filme.

Partindo da premissa de quão a vida pode se tornar sem graça com o decorrer dos tempos, misturando sua vida pessoal com a do seu personagem, Stallone retorna aos bons tempos produzindo um filme repleto de dramas pessoais, embalados numa grande caixa chamada nostalgia.

Tente não se emocionar ao ouvir “Gonna Fly Now” novamente, enquanto Rocky sobe as escadas do Museu de Arte da Filadélfia, cena até hoje bastante copiada na vida real. Como diz o slogan do longa: “Nada acaba antes do final”. Assino embaixo, apesar de ter muita gente que não entenderá.

Um comentário:

Anônimo disse...

Eu só digo que sou a pessoa mais atrasada em termos cinematográficos da face da Terra. Mas procurarei suprir essa deficiência a partir dessa semana, para meu próprio bem, ehehe
Até fiquei afim de assistir o tal Rocky Balboa. Tanto por conta do teu texto, como por conta do Milo Ventimiglia (quase meu parente, ihihih).
Beijinhos menininho