quarta-feira, 8 de novembro de 2006

"The Great Eastern" - James Dean Bradfield - 2006

O Manic Street Preachers sempre convenceu com sua mistura de hard rock, punk e britpop inglês no decorrer dos anos 90, lançando belos discos como “Holy Bible” de 1994 e “This is My Truth Tell me Yours” de 1998. A banda inglesa que já possui alguns bons anos de estrada deu uma parada ano passado e deve voltar ano que vem sem maiores surpresas. Nesse intervalo, seu vocalista James Dean Bradfield, colocou no mercado um grande disco, sem sombra de dúvida um dos melhores do ano, atestando que é possível que um projeto solo tenha qualidade igual ou em alguns casos até maior que a sua própria banda, sem precisar de arremedos sonoros típicos, mesmo que em determinados casos sejam recorrentes. “The Great Eastern” lançado em julho e que há tempos vem habitando meus prediletos sonoros é simplesmente fantástico. Típico disco que te conquista na primeira faixa, faz você retornar e vai se mostrando melhor a cada momento, não tendo nenhuma canção em que você use a função de passar. “The Great Eastern” reúne os bons momentos dos Manics a uma beleza melódica que James Dean passa a usar atraves de seus violões e teclados. Desde a música de abertura “There´s no Way to Tell a Lie”, com suas batidas, palmas e refrão ganchudo até o fechamento com os violões de “Which Way to Kyffin”, tudo convence. O músico tocou todos os instrumentos, com exceção da bateria que ficou a cargo do seu primo Sean Moore (também do Manics) e do Super Furry Animals, Daf Leuan. Se o mundo fosse perfeito, canções como “Emigré”, “Run Romeo Run”, “Bad Boys and Painkillers” ou “Say Hello to The Pope” (a melhor canção do ano para este que escreve) estariam tocando em rádios, mtv e anúncios publicitarios. É rock, abençoado como pop, para ser devorada pelas massas ou dentro de um mp3 player no trânsito da cidade. Tudo fecha. As guitarras bem dosadas, o vocal (sempre considerei o cara um dos melhores dos 90), os backing vocals perfeitos, entrando na hora certa e grudando na memória, as letras ora confessionais, ora sarcásticas. Tudo. Um disco que merece ser apreciado e divulgado entre os amigos como uma das melhores coisas que aconteceram no ano, independente do que estes vão te falar, não dê ouvidos a eles, apenas ouça “The Great Eastern”.

Um comentário:

Mizuhara disse...

Excelente comentário Adriano a despeito deste sensacional álbum. The Great Western foi por muito tempo o meu disco favorito do ano, eu corroboro com suas palavras e aconselho ouví-lo e indicar para todo seu círculo de amigos. "Still a Long Way Home" e "Bad Boys and Painkillers" são fantásticas também!
Se o mundo fosse mesmo justo todas essas canções estariam nas melhores rádios tocando muitas vezes ao dia.

( já que curtiu este solo do James, eu te aconselho a ouvir o disco homônimo dos Eskobar, é menos power-pop e "up" , porém, igualmente rico em belas composições!

Abraço!