quinta-feira, 23 de fevereiro de 2006

"Mas chegou o carnaval...."

Sinceramente queria escrever algo sobre o carnaval que vem chegando, mas to sem tempo mesmo, trabalho e muito ultimamente. Ainda bem. Só espero que esse seja melhor do que o que passou, onde "Carnaval, desengano..." foi o tema.
Aqui vai minha listinha nada correta e extremamente pessoal para os dias de carnaval em casa, na rua, na chuva, ou num barzinho de sapê:
1 - Electro Cidade - Astronautas (porque os caras vão tocar por aqui)
2 - Let It Bed - Arnaldo Baptista (pra relaxar e viajar)
3 - A Bigger Band - Rolling Stones (precisa falar?)
4 - O Clube Quente dos Sapatos Bicolores - Sapatos Bicolores (Porque é foda!)
5 - Muito ska - The Toasters, The Specials, meu disquinho dos anos 60 (suinga!)
6 - Orquestra Klaxon - Max de Castro (suinga de novo!)
7 - Tudo Isso - Cabeça (roquenrou..........)
8 - The Best Of - Buddy Guy ( pra tocar aquela guitarra imaginária as 4 da manhã)
9 - First Impressions of Heart - The Strokes (tem que ter uma bandinha descolada para agradar os indies de plantão, fazer o quê?)
10 - Um cd pirata mal gravado de marchinhas de carnaval para tocar amanhecendo com todo mundo dançando sem ter a mínima ideia do que fazer
Sendo só...Té mais!

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2006

O Caçador de Pipas - Khaled Hosseini

Existem histórias atemporais, aquelas que marcam definitivamente nossa memória, resultando em um clássico no decorrer dos tempos. Acredito que esse era o objetivo do afegão Khaled Hosseini ao escrever seu primeiro romance “O Caçador de Pipas”, lançado por aqui ano passado pela editora Nova Fronteira. O livro já vendeu mais de 2 milhões de exemplares no mundo todo, recebeu críticas positivas diversas, foi traduzido para 29 países, se tornando um best-seller. Se o autor conseguiu o que queria? Não, não conseguiu, mas escreveu uma história simples, bela, dramática, cometendo uma obra boa, que vale a pena ser lida. Khaled Hosseini conta a história de Amir e Hassan, dois meninos completamente diferentes de raça, religião, etnia, estudos, mas unidos por um laço muito mais forte que podiam imaginar, abrigando uma amizade sem limites, mas dentro da linha tênue que pode estragar tudo. Ambientado no Afeganistão, começando na monarquia dos anos 70, passando pela invasão russa dos anos 80 e pelo regime talibã que destrocou o país, culminando nos atentados americanos pós 11 de setembro, o livro serve como uma grande aula de história, nos fazendo ver por um prisma diferente a relação ocidente e oriente, a importância do petróleo na cultura moderna, a fragilidade da política mundial via ONU e principalmente meio sucumbido a tudo, o balé desastroso que os USA vem dançando no decorrer dos tempos com sua política externa. Em cima desse pano de fundo, o autor conta histórias de amor incondicional, de traições, de orgulho e honra, amizade e principalmente a busca eterna pela paz interior, pela redenção. Com várias alterações na trama, apesar de muitas delas serem plenamente perceptíveis, o que perde um pouco o charme, constrói-se um universo diferente do que estamos acostumados a ver na TV, com sua narrativa simples e até por determinadas vezes descritiva demais, mostra-se que mesmo atrás de todo o terror, ainda existem seres humanos, existe bondade, existe uma vida. Apesar de algumas falhas na trama ou a simples exaltação que as vezes o autor eleva os USA, aliado com uma total indiferença pela realidade (não sei se própria ao personagem ou uma extensão do autor), “O Caçador de Pipas” é uma obra cheia de belas passagens dramáticas, entre pai e filho, amizade e a atual situação do mundo, com suas guerras sempre meio sentido. Um bom livro que como já disse merece ser lido, apesar de não ter alcançado a pretensão que seu autor queria.