terça-feira, 19 de abril de 2005

Deixe-se acreditar sempre...

Deixe-se acreditar sempre..., originally uploaded by Kalnaab.
É....tudo que começa tem fim com certeza, devaneando bobamente sobre a vida, levo tal raciocino para o dia de hoje. O Abril Pro Rock acabou anteontem, ontem fomos a Olinda, cidade realmente maravilhosa, que transpira história e cultura para todos os lados, me convencendo a voltar um dia. Passamos ainda por Santo Amaro, para ver o túmulo do Chico Science e seguimos para nossa jornada de volta a Belém.

Hoje aqui, contabilizo desta viagem milhões de sorrisos, piadas idiotas, a certeza de que é possível fazer o que queremos e a constatação que não seriamos muita coisa sem amigos, companheiros de vida. No meu saldo material de bagagem, trago alguns livros:
On the Road – Jack Kerouac 
O Opositor – Luís Fernando Veríssimo 
Meu Querido Canalha – Contos Diversos

Outros discos:
Canções Perdidas num canto qualquer – Volver 
Histórias sem meio, começo e fim – Brinde 
Hellburst – MQN 
Brincando de ser Punk – The Playboys 
Alien Lanes – Guided By Voices 
Portable – Galaxie 500 
Você não sabe da missa um terço – Querosene Jacaré 
Traz a mulher amada em três dias – Canastra 
Prot(o) – Prot(o) 
Ativar Retrofoguetes! – Retrofoguetes

Além da lembrança de um boneco do Garfield, que não quis voltar pra casa, e que realmente não pode ser julgado pela sua escolha. 

Feito isso, fecho este diário de viagem, para poder abrir outro, como se abre uma nova vida, novos sonhos e algumas novas canções na minha trilha sonora. 

Deixe-se acreditar sempre...

segunda-feira, 18 de abril de 2005

Abril Pro Rock 2005 (17/04) - Salve Chico Science...

O dia começou com a ida a bela Porto de Galinhas, pegar um sol, tomar umas e outras, e revigorar o espirito para a terceira e última noite do festival, que prometia muito. Depois de conhecer as piscinas naturais, provar os sabores do nordeste, e experimentar um abacaxi atômico, estávamos prontos para recomeçar o jogo, mesmo com a perda de um integrante da trupe que teve que retornar mais cedo a Belém, continuávamos nossa jornada.
Chegamos um pouco tarde e perdemos os shows do Superoutro, Gram (que dizem ter sido muito bom) e a banda de um homem só de Portugal, The Legendary Tiger Man. Chegamos quando o Volver, banda pernambucana, iniciava seu show no palco 2 e mostrava grande personalidade. Lançando seu disco de estreia, a banda mostrou um rock básico, sem firulas, com um pé no power pop. Show bem legal mesmo, o que nos levou até a adquirir o cd, enquanto batíamos um papo com a turma do MQN, no estande da Monstro Discos.
Depois foi a vez do DJ Dolores e A Aparelhagem fazerem um show extremamente competente, botando o povo para dançar frevo, maracutu, embolada, eletrónico, muito legal mesmo. Desconhecia a qualidade do trabalho do cara. Música inteligente com certeza.
Tranqüilos depois do show anterior, foi a vez de presenciarmos um dos melhores shows do festival, envolto a plumas, paetês e roupas de couro, os paulistas do Daniel Belleza e os Corações em Fúria, fizeram um showzaço, daqueles para ficar na memória. Ensandecidos em cima do palco, tocando seu rock visceral, aliado ao bom glam rock, tiveram vários momentos altos como em "Clara" e "Zé Ramalho Song", além da presença de Ortinho (ex- Querosene Jacaré), visivelmente chapado, detonando em "Aonde estão as flores da sua cabeça". No fim o louco desvairado do Daniel ainda desceu para a platéia. Showzaço, desculpem a insistência.
Mesmo sem perceber que estavam no palco, começou o show do Mombojó junto com Arto Lindsay, uma das grandes promessas do evento. Mas a verdade é que o Mombojó perdeu um grande chance de se consagrar mais, pois apostou em músicas novas, deixando o publico esperando um algo mais. Valeu pela presença de Arto, mostrando sua bossa-pop-rock-folk-eletronica, ou algo assim. Quando a banda tocou seus hits como "A Missa", "Merda" e "Deixe-se acreditar", a reação do publico foi instantânea e a piração geral. Nesta última ainda, China (ex-Sheik Tosado) e o louco do Daniel Belleza subiram ao palco, proporcionando um dos grandes momentos do festival.
Logo após, completamente deslocados na programação, Bianca Jhordão e o seu Leela, fizeram um show mais ou menos, com problemas no som e tudo mais. Podiam ter sido colocados para tocarem mais cedo, o que faria o seu pop-rock render bem mais. Sem grandes momentos, foi um show que não deixou lembranças.
Para fechar a noite, no palco principal, a grande espera da noite saciava-se, a Orquestra Manguefônica (Nação Zumbi e Mundo Livre S/A), subia ao palco envolta na voz de Fred 04, recitando "Monológo ao pé do ouvido", do primeiro disco da Nação. A Homenagem a Chico era presente durante todo o show e desfilaram canções do "Da Lama ao Caos", para catarse do publico presente e sobrevivente. Além disso Fred mandava "Livre Iniciativa" e "Pastilhas Coloridas", deixando o show com um ar mais especial ainda. Tirando a chatice do coco de "Jangadeiro", em minutos chatissimos, o festival foi fechado com chave de ouro e louvarias esperadas.
Após o show, ainda sentamos para ver um mini-documentário sobre Chico Science, esse louco, que fez o último movimento interessante da nossa música, apontou novos caminhos, e nos fez pensar como seria se ainda estivesse aqui, mas como diria o mesmo, continue-se o jogo, pois um passo a frente e você não esta mais no mesmo lugar. Salve Chico!

domingo, 17 de abril de 2005

Abril Pro Rock 2005 (16/04) - Os homens de preto chegaram...

Segunda noite do festival, dia dos Homens de Preto, da pauleira no Abril Pro Rock 2005. Ainda totalmente desgastados da noite anterior, a caravana continuou dando uma volta pelo Recife Antigo, indo na Casa de Cultura, um antigo presidio onde funcionam lojas de artesanato.
Quando chegamos no Centro de Convenções, já havia rolado os shows do Silent Moon, Chaospere e Dead Fish, ainda tentando encontrar o fôlego suficiente par continuar depois da sexta feira, chegamos na hora do show do Retrofoguetes, surf rock da melhor qualidade, tocado pelos bom baianos, ex- Dead Billies. Bom show com direito a baterista contando piada, tocando em pé e cover de "Misirlou" do Dick Dale.
Depois foi a vez do Massacration subir no palco principal. A banda formada por integrantes do Hermes e Renato da MTV, fez uma apresentação bem bacana, sacaneando o estilo com toda a força do mundo, divertiu bastante a todos, enquanto entoava-se clássicos como "Metal Mil Shake". Simplesmente hilário, principalmente por que a maioria não entendia a piada e gostava mesmo de verdade, o que tornava mais peculiar a apresentação deles.
O Matanza já subiu em seguida no palco 2 e mostrou um show morno. Realmente esperava mais dos caras, que não conseguiram repetir no palco a boa mistura de rock, ZZ Top, country e surf que fazem em disco. Show mais ou menos, que nem em músicas como "Bom é quando faz mal", chegou a empolgar.
Em seguida, com a partida ganha de antecedência André Mattos e o seu Shaaman subiram ao palco, entoando seus semi hinos e sua performance costumeira, com direito a longos solos de guitarras, Saímos no meio do show, simplesmente porque o cansaço era aparente e não chegamos a ver o que lendo depois, foram os melhores shows da noite, Fabrico Nobre e seu MQN e o Sepultura.

sábado, 16 de abril de 2005

Abril Pro Rock 2005 (15/04) - Em busca de um Special K...

Em busca de um Special K..., originally uploaded by Kalnaab.
A jornada em busca de um Special K, começou em Belém, por volta de 06:00, chegando em Recife por volta das 10:00hs. Preparamos o espírito na praia de Boa Viagem com algumas Bohemias para alimentar o coração, até seguir caminho para o Centro de Convenções, um lugar muito amplo e que além do APR 2005 abrigava um festival de cinema muito bacana (http://www.cine-pe.com.br/).
Começando a noite antes das bandas do “festival dentro do festival”Claro que é Rock!", lá no fim do Centro tivemos uma grata surpresa, ao deparar com uma banda de Recife chamada The Playboys (http://www.theplayboys.cjb.net/), fazendo um rock satírico e divertido, serviu de aperitivo para o que estava por vir e que depois nos intervalos ainda contou com a presença de Mr. Wander Wildner, tocando com eles.
No Palco 2 subiu a primeira banda da noite, o Bugs do Rio Grande do Norte, fazendo um som vigoroso, com destaque para o baixista, apesar das músicas serem um pouco duras em sua estrutura, o show agradou.
Logo em seguida, subiu o Suzana Flag, a turma de Belém do Pará fez um show competente, com a vocalista Suzanne atraindo a atenção do público. Com seu habitual pop rock, a banda fez um grande show e apesar de não empolgar tanto o público, conquistou mais fãs para a sua horda de admiradores.
Em seguida subiu aquela que seria a banda vencedora da etapa de Recife, o Star 61 da Paraíba, que apesar do nervosismo inicial fez uma apresentação com grande performance, principalmente o vocalista Flaviano André, que empolgou o público (que contava em boa parte com pessoas de João Pessoa).
Após isso, foi a vez dos cariocas do Los Hermanos, subirem no palco principal e arrebatarem a platéia de uma forma avassaladora. È de impressionar como os anti – rock star, conseguem tanto respeito no público, os caras quase não falam, tem uma performance na melhor das hipóteses boa, fazem canções sem moldes tradicionais e mesmo assim são capazes de emocionar qualquer pessoa. Canções como “Sentimental”, “Último Romance”, “Retrato pra Ia Ia”, além de “Santa Chuva” e o “O Vencedor”, são de uma beleza peculiar e não menos arrebatadora.
Meio prejudicados por subir depois dos Los Hermanos e entre o show do Placebo, uma vez que grande parte do publico estava disperso e se recuperando ou se preparando para a grande banda da noite, a Zeferina Bomba subiu no palco causando estranheza, mas fizeram um bom show com destaque para o vocalista porra louca Ilson, que acabou com seu violão (depois o Joel do Suzana Flag me disse que o figura já tinha quebrado um antes disso).
Depois foi a vez do Rádio de Outono subir ao palco, jogando em casa, os recifenses fizeram um show bom, mas não fantástico, com canções muito bem trabalhadas e tocadas, gostamos bastante da musicalidade da banda, que entretanto também não conseguiu ganhar os espectadores em sua maioria.
Acabados todos os shows a expectativa era grande em torno dos ingleses do Placebo, abrindo sua turnê no Brasil e comemorando 10 anos de carreira, sem sombra de dúvida foi o melhor show da noite e um dos melhores do festival. Quando os acordes hipnóticos de “Taste in Men” invadiram o palco, o transe iniciou na platéia e se estendeu durante os 90 minutos de apresentação da banda.
Realmente um outro nível de show, tanto no que tange a iluminação, quanto a estrutura e performance, o começo foi perturbador, após a abertura vieram “Bitter End” e “ “Every You, Every Me”, a catarse de “Protege Moi” (fantástica, levando as lágrimas), “Black Eyed” e “Special Needs” (um viagem a memória de cada um). Após isso vieram músicas como “Special K”, “This Picture” , “Slave To The Wage”, entre outras. O bis ficou por conta de “20 years”, “Teenage Angst” e finalizando com “Nancy Boy”
O Placebo mostrou porque é uma das maiores bandas do mundo na atualidade, a competência de Steve Hewitt na bateria, aliadas ao carisma e simplicidade do vocalista Brian Molko, que canta com a emoção como se fosse a última vez, sendo impossível ficar indiferente, e o baixista e grande figura da banda Stefan Holdsan, que toca como se o baixo fosse uma extensão do seu braço, uma parte de seu corpo, a banda fez uma apresentação brilhante, encerrando com chave dourada a primeira noite, e deixando um sorriso eterno nos fãs que os viram.